Ciro, o Grande (Ciro II), foi o fundador do Império Aquemênida, a primeira grande dinastia persa, e governou de aproximadamente 559 a.C. até 530 a.C. Ele é conhecido por sua habilidade militar e governamental, expandindo o império para incluir a Média, a Lídia e a Babilônia, tornando-se um dos maiores impérios da história antiga.
Principais feitos de Ciro, o Grande:
- Conquista da Média (550 a.C.): Derrotou Astíages, o rei dos medos, e unificou persas e medos sob seu governo.
- Conquista da Lídia (546 a.C.): Venceu o rei Creso, anexando a Lídia (atual Turquia ocidental).
- Conquista da Babilônia (539 a.C.): Derrotou o rei Nabonido e tomou a cidade sem destruição, sendo bem recebido pelos habitantes.
O Cilindro de Ciro e sua política de governo
Após a conquista da Babilônia, Ciro emitiu o Cilindro de Ciro, um decreto que é considerado por alguns como a primeira declaração de direitos humanos. Ele permitiu que os povos subjugados mantivessem suas tradições e religiões, e ordenou o retorno dos judeus exilados à sua terra natal, permitindo a reconstrução do Templo de Jerusalém.
Morte e Legado
Ciro morreu em batalha contra uma tribo nômade conhecida como masságetas por volta de 530 a.C. Seu império foi herdado por seu filho, Cambises II. Ele é lembrado tanto como um grande conquistador quanto como um governante visionário que estabeleceu um modelo de tolerância e administração eficiente.
Ele também é citado na Bíblia, no livro de Esdras, como um libertador dos judeus. Sua influência foi tão grande que Alexandre, o Grande, séculos depois, o admirava e buscava inspiração em sua governança.
Qual era a religião de Ciro?
há indícios de que Ciro, o Grande, seguia o zoroastrismo, a principal religião dos persas na época. O zoroastrismo foi fundado pelo profeta Zaratustra (Zoroastro) e gira em torno do deus supremo Ahura Mazda, que representa o bem e a verdade, em oposição ao espírito maligno Angra Mainyu (Ahriman).
Evidências da religião de Ciro
- Cultura persa: O Império Aquemênida, fundado por Ciro, era fortemente influenciado pelo zoroastrismo, que já era predominante entre os persas.
- Inscrições reais: Algumas inscrições de seus sucessores, como Dario I, exaltam Ahura Mazda, o que sugere que Ciro também poderia ter tido essa crença.
- Política de tolerância religiosa: Embora tenha permitido a liberdade de culto para vários povos (inclusive os judeus), isso não significa que ele mesmo não tivesse uma religião. Sua tolerância era mais uma estratégia política do que uma negação de fé pessoal.
Falta de registros diretos
Não há textos escritos por Ciro que confirmem explicitamente sua fé no zoroastrismo, e o Cilindro de Ciro, um dos principais documentos atribuídos a ele, menciona a adoração ao deus babilônico Marduque, o que pode ter sido uma forma de ganhar apoio dos babilônios conquistados.
Conclusão
Embora não haja provas definitivas, a maioria dos historiadores acredita que Ciro seguia o zoroastrismo primitivo, possivelmente sem o caráter dogmático que a religião adquiriu depois. No entanto, sua política de respeito a todas as crenças fez com que ele fosse visto de forma positiva por várias religiões, incluindo o judaísmo, onde ele é chamado de "ungido de Deus" (Isaías 45:1).
Em que cria o Zoroastrismo?
O zoroastrismo é uma das religiões mais antigas do mundo ainda praticadas, fundada pelo profeta Zaratustra (Zoroastro), provavelmente entre 1500 e 1000 a.C., na Pérsia. Ele ensinava que o universo é um campo de batalha entre as forças do bem e do mal, e que os seres humanos têm o livre-arbítrio para escolher entre elas.
Principais crenças do zoroastrismo
Ahura Mazda: o Deus supremo
- Ahura Mazda ("Senhor Sábio") é o único deus verdadeiro, criador de tudo que é bom.
- Ele é oposto por Angra Mainyu (Ahriman), o espírito maligno que traz caos e destruição.
Dualismo moral
- O mundo é uma luta constante entre a verdade (asha) e a mentira (druj).
- As pessoas devem seguir o caminho da verdade e da justiça para apoiar Ahura Mazda.
Livre-arbítrio e responsabilidade individual
- Cada pessoa tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal, e suas ações determinam seu destino na vida e após a morte.
Vida após a morte
- Após a morte, a alma passa pela Ponte de Chinvat, onde será julgada.
- Se a pessoa viveu de forma justa, sua alma vai para o Paraíso; se viveu de forma má, vai para um lugar de purificação (similar ao inferno, mas não eterno).
- No final dos tempos, haverá uma renovação do mundo, onde o bem triunfará e os justos ressuscitarão.
Três princípios éticos
- Pensamentos bons (Humata)
- Palavras boas (Hukhta)
- Ações boas (Hvarshta)
Fogo como símbolo sagrado
- Os templos zoroastrianos mantêm um fogo sagrado aceso continuamente, representando a presença de Ahura Mazda e a pureza espiritual.
Influência do zoroastrismo
O zoroastrismo influenciou várias religiões posteriores, incluindo o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, principalmente nas ideias de céu, inferno, juízo final e o conceito de um salvador (Saoshyant).
Hoje, a religião tem poucos seguidores (cerca de 100-200 mil), concentrados principalmente na Índia (onde são chamados de parsis) e no Irã.